Glaucoma

Glaucoma é o nome dado a um grupo de doenças que afetam o nervo óptico num padrão característico. A pressão intraocular elevada é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de glaucoma, não existindo, contudo uma relação causal direta entre um determinado valor da pressão intraocular e o aparecimento da doença. Portanto, uma pessoa pode desenvolver dano no nervo com pressões relativamente baixas e outra pode ter pressão intraocular elevada durante anos sem apresentar lesões. Se não for tratado, o glaucoma leva ao dano irreversível do nervo óptico, causando uma perda progressiva do campo visual, que pode progredir para cegueira.

Existem vários tipos de glaucoma. O mais comum é o glaucoma primário de ângulo aberto, freqüentemente sem sintomas. Normalmente associado a uma pressão intraocular maior do que 21 mmHg, dificultando a circulação de sangue pelo nervo óptico. Em um terço desses glaucomas a pressão intraocular está dentro do normal. Esses casos são chamados de glaucoma de pressão normal.

Outro tipo, o glaucoma de ângulo estreito, é caracterizado por aumentos súbitos de pressão intraocular. Isto ocorre em olhos geralmente pequenos, pela obstrução da saída do líquido do olho pela parte colorida (a íris). Glaucoma de ângulo estreito na maioria das vezes causa dor e deixa a visão borrada, levando a perda visual irreversível dentro de um curto período de tempo. É considerada uma situação de emergência oftalmológica e requer tratamento imediato. Muitas pessoas o confundem com dor de cabeça, chegam a fazer tomografias e estão apresentando crises de glaucoma de ângulo estreito. Glaucoma congênito é uma doença genética rara que atinge bebês. Apresentam olhos aumentados e córneas embaçadas.

Glaucoma secundário ocorre como uma complicação de várias condições como: cirurgia ocular, catarata avançada, lesões oculares, uveítes, diabetes ou uso de corticóides.

Por não ter sintomas distintos, uma complicação quase que inevitável do glaucoma é a perda visual, afetando inicialmente a visão periférica. No começo a perda é sutil, e pode não ser percebida pelo paciente. Perdas moderadas a severas podem ser notadas pelo paciente através de exames atentos da sua visão periférica. Isso pode ser feito fechando um olho e examinando todos os quatro cantos do campo visual notando claridade e acuidade, e então repetindo o processo com o outro olho fechado.

 

Freqüentemente o paciente não nota a perda de visão até vivenciar a “visão tunelada”. Se a doença não for tratada, o campo visual se estreita cada vez mais, obscurecendo a visão central e finalmente progredindo para a cegueira do olho afetado.

Esperar pelos sintomas de perda visual não é o ideal. A perda visual causada pelo glaucoma é irreversível, mas pode ser prevenida ou atrasada por um tratamento.

Pessoas com histórico familiar de glaucoma têm cerca de 6% de chance de desenvolver a doença. Diabéticos e negros são mais propensos a desenvolverem glaucoma de ângulo aberto e asiáticos de desenvolver glaucoma de ângulo estreito.

Idealmente, todas as pessoas devem investigar glaucoma a partir dos 40 anos de idade. 50% das pessoas que sofrem de glaucoma não sabem disso. A doença glaucoma apresenta uma prevalência de aproximadamente 2% de todas as pessoas acima dos 40 anos de idade. Verificação de glaucoma normalmente é parte do exame ocular padrão feito por um oftalmologista. A verificação de glaucoma deve incluir medida da pressão intraocular, além do exame do nervo óptico em busca de lesões. Se houver qualquer suspeita de lesão no nervo óptico deve ser feita um exame de campo visual, paquimetria para avaliar a espessura corneana e documentar a anatomia dos nervos ópticos com fotos ou tomografias do nervo.

Apesar da pressão intraocular elevada não ser a única causa do glaucoma, até o momento, diminuí-la é o principal tratamento. Pressão intraocular pode ser diminuída com medicamentos (colírios), LASER (em alguns casos) e cirurgia.

A cirurgia convencional mais comumente realizada para tratamento de glaucoma é a trabeculectomia. Nela, uma câmara (bolha) é feita na parte branca superior do olho drenando o líquido dentro do olho para esta bolha, diminuindo a pressão intraocular. Em casos específicos também pode ser utilizado implantes/tubos.

Portanto, o glaucoma, uma doença traiçoeira que apresenta sintomas tardios irreversíveis como a perda do campo visual e inespecíficos como dor de cabeça deve ser prevenido com consultas frequentes em seu oftalmologista.